quarta-feira, 23 de setembro de 2009

De cara nova?

Mais um trabalho.
A proposta deste era transformar duas saias de brechó em uma saia nova. Fazia parte do processo descosturar as saias e analisar o máximo de detalhes possivel, tais como o fechamento, as pences, volume, texturas, montagem, etc. O resultado final:


Saias de brechó:




Saia final:

Amilicar e Willys de Castro

Aconteceu no IAC a exposição realizada para mostrar mais do trabalho de Amilicar e Willys de Castro, ambos considerados precursores do neoconcretismo. A mostra conta com inúmeros objetos, trabalhos e principalmente projetos de ambos. Vendo a exposição, analisando as duas salas (uma para cada artista) pude ver as peculiaridades e mesmo assim semelhanças dos dois. Trações livres, mas imponentes, idéias inovadoras, propostas engajadas – seja para a criação de Pluriobjetos ou da diagramação de meios de comunicação como o jornal do Brasil ou até mesmo vestidos e maquetes - é impressionante a quantidade de diferentes áreas em que eles trabalharam e como em cada um de seus projetos desenvolveram o Maximo a criatividade e fizeram o melhor.
Wllys de Castro, por exemplo, fez tantos projetos e tão diferentes entre si e em cada um ele explorou ao máximo suas habilidades e inovou sempre. As vezes não é possível imaginar que a mesma pessoa que fez todos aqueles projetos de Pluriobjetos (com um propósito muito interessante de misturar planos bi e tridimensional e intrigar o olho humano) fez também aquelas curiosas estampas para a coleção da Rhoda de 1967, com tantas cores e o próprio “psicodelismo” característico da época mas que choca por sua genialidade. Até mesmo os poemas neoconcretos tão bem bolados que, embora pareçam simples são muito mais complexos e “bem pensados” do que possam parecer (até porque a própria tradução de poemas é complicada ao extremo).
Se for para falar de impressões pessoais a respeito da exposição, não nego que Willys de Castro me impressionou muito mais que Amilicar. Não que este não tenha feito trabalhos inovadores, porém, ele estava muito mais voltado para a arquitetura e o jornalismo. Acho maravilhosos os trabalhos que ele fez para o Caderno de Resenhas, porém, o trabalho dele não me impressionou tanto quanto o de Willys. Tanto as estampas quanto as telas e esculturas me chocaram muito mais e chamaram a minha atenção e principalmente as poesias dele me surpreenderam e cativaram. Ver essa exposição me fez perceber (ou melhor, dizendo, reforçar a idéia) que todos os tipos de expressão artística andam de mãos dadas e, inclusive a moda, marcam épocas e impactam de maneiras diferentes. Uma pessoa não precisa se fixar em apenas um tipo de arte, pode também se aventurar pelos diferentes caminhos da arte e mostrar coisas novas em mais de um aspecto artístico. Moda, comunicação, arquitetura e arte estão completamente interligados. Um não viveria sem o outro.

Moda como comunicação

*seminario em grupo*
A questão central de "Moda e comunicação" é a idéia de que tudo o que se veste é significativo ou produz algum sentido.
Segundo o livro Personal Stylist "55% da impressão é baseada na aparência e ações; 38% no tom de voz e 7% no que você diz".
Todas as roupas têm uma função comunicativa. O nosso corpo é usado como um meio de comunicação para repassar a mensagem que queremos mostrar à sociedade. A vestimenta pode ter o poder de classificar alguém em algo importante ou ruim.
Imagine você o seguinte exemplo: Você vai trabalhar e encontra seu chefe de bermuda florida e regata. É claro que você estranharia. A postura de um profissional é muito questionada pela roupa que ele veste porque sua vestimenta se comunica. Diz que ele não teve tempo de se arrumar, que ele não se preocupa com sua opinião, que ele acabou de voltar da praia e etc. Não fala, mas comunica, é isso que você lê.
A moda também tem uma funçaõ unificadora, Moda e indumentária atam uma comunidade mantendo-a unida.
O acordo social sobre o que se vestirá, é ele próprio um vínculo social que, por sua vez, reforça outros vínculos sociais. A função unificadora da moda e da indumentária serve para comunicar a afiliação de um grupo social tanto para aqueles que são seus membros quanto para os que não são.
As pessoas naturalmente observam as diferenças e semelhanças demonstradas por suas roupas e uniformes. Por mais que você não goste de moda, a sua roupa influencia o modo como você é visto no escritório, na rua, no clube, na praia, enfim, no mundo.
A maneira como nos vestimos, mostra o que queremos (ou não) dizer com o nosso corpo e no que isso representa para a sociedade que nos cerca.

perguntas (nao tão) simples

O que é criatividade?

Criatividade é capturar do ambiente externo alguma idéia que você já quer por em prática ou que você quer expressar, sentir o que quer falar e transformar tudo isso em resultado que quando colocado em prática e mostrado aos outros é notada a sofisticação e junção de ideias únicas e originais por meio de uma inspiração qualquer. Ser criativo é chamar atenção para a propria criação por meio de algo diferente e inovador. É uma habilidade que você tem para mostrar suas idéias com uma certa originalidade. A criatividade é uma técnica elaborada a partir de uma idéia em si, focada para o receptor, porque para que uma ideia seja reconhecida e necessária a passagem dessa informação de maneira clara e coerente(as pessoas não podem simplismente ler nossa cabeça). Nem todas as criaçoes são extremamente originais como pensamos. O ato de reformular uma idéia com o seu ponto de vista também é considerado criatividade. As pessoas podem ser mais ou menos criativas. A criatividade é igual a atividade de criar.


O que determina o valor de uma idéia?

Originalidade, criatividade, intensidade e a idéia em si. A capacidade e habilidade de se expressar de diferentes maneiras. O impacto de uma idéia pode classificar seu valor como bom ou ruim. O valor depende de um conjunto de coisas que são direcionadas para ocasionar impacto. Principais aspectos para uma idéia: originalidade e criatividade, pesquisa e esforço. É preciso tomar cuidado com o óbvio, para o diferencial ter um valor maior.

Quem valida uma criação de moda?

O estilista e os elementos que caminham com ele (originalidade, criatividade…) validam uma criação e é ele também quem escolhe se sua “obra” irá para a mídia ou não, é tudo baseado na escolha.
O público é o principal alvo , porém tudo que é criado tem a necessidade de ser mostrado a outras pessoas antes, principalmente na moda. Para que uma criação tenha uma certa repercussão,um dos itens é que ela possa adquirir opiniões, estas de preferência positivas, de diferentes pessoas que tenham de alguma forma um prestígio , ou seja , um conceito concreto dentro do ramo escolhido, no caso a criação. Uma das armas utilizadas para a divulgação dessas idéias e inovações é a mídia que pode tanto valorizar ou desvalorizar uma idéia, vai depender do que eles querem que o público aceite e do impacto que o estilista vai causar. "Os meios de comunicação tem que convencer e abrir à olhos nus um leque das possibilidades".

Como o estudo de História da Arte pode ajudar na formação de um estilista?


Partindo do principio que a moda é uma forma de arte tanto como uma simples pintura, a arquitetura de determinado lugar ou até mesmo a música, podemos dizer que um estilista ou um modelista são tão artistas quanto aqueles que fizeram a história da arte e possivelmente serão estes estilistas os próximos a fazer história junto com muitos outros.
Um criador de moda pode não apreciar ou se identificar com determinados momentos desta história, mas precisa conhecê-la e se possível entende-la para assim entender também o passado e como as mudanças em diferentes sociedades nos fizeram ser quem somos hoje. Para entender a sociedade atual, para quem iremos vender o nosso produto mais tarde, temos que conhecer o seu passado e entender porque são assim. Cada revolução, cada mudança política, cada avanço científico e cada estudo feito foram o bastante para criar a imagem de sociedade que temos hoje. Tudo o que somos é reflexo do que vivemos e a arte como um todo é um espelho de cada uma dessas diferentes fases do ser humano já que mostra o que ele viveu, sentiu, e pensou em determinados momentos da história.
Por outro lado, o estilista também precisa de inspiração, e poderá buscá-la no passado, sendo que na maioria das vezes em que se basear em diferentes períodos, tem a arte como principal aliada para lhe “contar” o que aconteceu e ajuda-lo a entender o que foi e como foi tal momento, sendo assim, mais uma referência.
O estudo da história da arte não serve só como repertório para um estilista, serve também como uma base de compreensão da sociedade em que vive e para a que vende seu produto sem cometer erros. Um fashionista pode e deve usar a arte em seu favor e entende-la para poder mostrar, através de uma releitura do passado, uma nova visão do futuro e mostrar uma idéia que faça sentido em determinada época e cultura entendendo que ele, como qualquer outro artista, tem influência no seu meio e pode mudar a visão de determinada sociedade com pequenos toques pessoais por mais sutis que sejam.
Imagem retirada do Blog: Chá das Minas